segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quadrinhos Mafalda – Quino







A trajetória de Mafalda abrange o período compreendido entre os anos 1964 e 1973, em três publicações: “Primera Plana”, “El Mundo” e “Siete Dias Ilustrados”. Bem antes da despedida oficial da tira, em junho de 1973, Quino — e ninguém mais do que ele — percebeu que eslava esgotado e não poderia insistir sem se repetir.

Ao contrário de outros colegas seus — como Schullz, criador de “Peanuts” —, que fizeram as tiras sobreviverem apoiando-se num grupo de roteiristas e desenhistas, Quino sempre resistiu a perder o contato pessoal com sua criação. Nunca aceitou adotar essa modalidade de trabalho, por considerá-la inadequada a seu estilo, e também nunca utilizou um mecanismo particular de trabalho. Antes que alguém o percebesse, Quino soube que Mafalda havia cumprido sua missão.

Os dez livros editados sobre Mafalda não contêm todas as peripécias da personagem que Umberto Eco definiu como “uma heroina irascível que rejeita o mundo como ele é… reivindicando seu direito de continuar sendo uma menina que não quer se responsabilizar por um universo adulterado pelos pais”.

As tiras que integram este Mafalda inédito — em grande parte editadas nas publicações mencionadas — foram, em muitos casos, deliberadamente omitidas dos livros anteriores. A decisão de levá-las a público através de uma nova edição significa não apenas uma homenagem à verdade histórica de Mafalda — prestes a completar seus vinte e cinco anos* — como também um apelo à reflexão sobre quase uma década da história local e mundial.
O volume inclui as 48 tiras publicadas na revista “Primera Plana”, que nunca foram recompiladas. Além disso, contém as origens da afã de contestar o mundo, mas, antes, da necessidade mais prosaica de promover um determinado produto.

A não ser por razões de força maior, como o desaparecimento de alguns originais, os critérios utilizados para descartar as tiras aqui reproduzidas foram principalmente três. Em primeiro lugar, prevaleceu a opinião do autor, que eliminou algumas por achá-las simplesmente “ruins”, e portanto sem méritos suficientes para serem incluídas nos volumes anteriores. Outras foram eliminadas por se considerar que se referiam a situações de vigência temporária (por exemplo, as chamadas para a participação na vacinação contra poliomielite).

Finalmente, e aqui se impuseram critérios de natureza política, também não foram incluídas as tiras que faziam alusão, com a inevitável dissimulação do momento, às limitações do governo do doulor lllia. O próprio Quino explica que “tanto pela nossa ignorância das regras do jogo democrático como pela própria precariedade destas democracias, nós nos convertemos, sem querer, nos melhores aliados do inimigo”.

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